Em um espaço onde as comparações são inevitáveis e a aprovação parece fundamental, muitos adolescentes tornam-se mais suscetíveis a quadros de insegurança e estresse. A exposição excessiva ao ambiente virtual, o risco de ciberbullying e a falta de limites claros no uso das redes sociais aumentam a vulnerabilidade à ansiedade e a outros transtornos mentais.
Proibir o uso não é a solução. Além disso, as pressões midiáticas e a superficialidade nas relações, reforçadas pelas redes sociais, fogem ao controle dos pais e da escola. No entanto, é possível adotar medidas de contenção de danos, com suporte psicológico e psicopedagógico que acolha esses jovens. Será que a escola consegue despertar neles um interesse pela vida e pelo mundo além das telas?
A adolescência é marcada por desafios, questionamentos e distanciamentos, sobretudo no vínculo familiar. Surge a pergunta: os profissionais que trabalham diretamente com esses jovens estão preparados para interpretar seus anseios em busca de identidade e pertencimento?
Não há uma resposta simples ou uma fórmula para o problema. O importante é mostrar a eles possibilidades para o futuro e estimular a vontade de viver, além de evitar a necessidade de colocar a vida em risco por meio de entorpecentes ou outras tentativas de fuga da realidade. É fundamental entender também a diversidade de expressões: alguns jovens manifestam suas dificuldades de forma explícita e agressiva, enquanto outros, mais silenciosos, revelam suas queixas de maneira sutil, o que dificulta o diálogo. Em ambos os casos, é essencial contar com um "remédio" muitas vezes escasso: uma escuta ativa e um vínculo que os ajude a encontrar sentido.
Escola e família têm um papel fundamental nesse processo. Enquanto os pais devem manter um ambiente seguro, dispostos a ouvir as experiências que eles têm a compartilhar, a escola também deve estender a mão, proporcionando um espaço de diálogo e flexibilidade para que os jovens sejam ouvidos, prevenindo, assim, atos mais extremos. Ao acolher, ajudamos a construir um ambiente mais saudável e positivo, promovendo a saúde mental e favorecendo o desenvolvimento de uma relação equilibrada com o mundo digital.