07/04/2025 +55 91 98752-0429

Manchetes

l

Laços Atípicos, Famílias Extraordinárias: Michelle Suzzi

Psicóloga e mãe de uma menina diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Por Redação 03/04/2025 às 18:33:43

O amor de uma mãe ultrapassa qualquer desafio. Para aquelas que têm filhos atípicos, essa jornada vem acompanhada de dúvidas, descobertas e uma luta diária por aceitação e inclusão. No projeto Laços Atípicos, Famílias Extraordinárias, damos voz a histórias que inspiram e fortalecem. E para abrir essa série, trazemos o relato de Michelle Suzzi, psicóloga e mãe de uma menina diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA).


Michelle mora em Tailândia (PA) e é natural de Colinas do Tocantins (TO). Psicóloga há 11 anos, ela se dedica à estimulação precoce de crianças e adolescentes no Espaço Desenvolva, um serviço municipal voltado ao desenvolvimento infantil. Mas antes de se tornar uma profissional nessa área, ela enfrentou sua própria jornada como mãe atípica.


"No início, eu percebia que minha filha era diferente, mas não aceitava. Eu me via apenas como mãe, não como profissional. Com 8 meses, ela falava cinco palavras, depois esqueceu e aprendeu outras cinco. Mas, com o tempo, não aprendeu mais", conta Michelle.

A família percebeu os sinais e sugeriu que ela buscasse ajuda. Aos 1 ano e 3 meses, começaram as investigações no Tocantins, e mais tarde, já em Tailândia, veio o diagnóstico de TEA nível 1.

"Ter minha filha foi uma realização como mãe, mas, assim como todas as mães, enfrento desafios diários – na escola, na sociedade, com amigos e familiares. Muitos não entendem e dizem que 'não tem cara', que a gente não estimula, que ela não tem nada."

Michelle relata que, apesar da experiência profissional, a realidade da maternidade atípica traz desafios constantes. "Dói na avaliação e dói na entrega do laudo. Psicologicamente, não é fácil ter um filho atípico. Às vezes, precisamos descansar ou ter um mecanismo de escape, mas não temos. Muitas vezes, estamos cansadas de levá-los às terapias, mas sabemos que não há escolha. Pelo desenvolvimento do nosso filho, seguimos em frente."

Diante de sua experiência como mãe e profissional, Michelle deixa um conselho para outras famílias:

"Dói, mas aceitem o mais rápido possível. Quanto antes vier o diagnóstico e a intervenção, melhor. E não liguem para o que os outros falam. Se alguém quiser dar opinião na sua vida, peça um Pix antes!", brinca. "Muitas vezes, será só você e Deus, acredite isso é o suficiente."

Comunicar erro
Comentários