Como você se sentiu ao ser selecionado para o projeto "Elo Feat dos Sonhos"?
Ser selecionado foi um daqueles momentos que parecem um sonho. Quando li a mensagem dizendo que fui escolhido, meu coração disparou. Fiquei em choque, tentando ter certeza de que era real. Foi uma emoção indescritível, como se o peito não comportasse tanta felicidade. Eu, um artista do interior do Pará, que tantas vezes ouviu que seria difícil "furar a bolha", agora tinha essa chance incrível diante de mim.
A ficha caiu aos poucos. "Éguaaa! Eu vou gravar um feat com a Gaby Amarantos, e de uma música minha! Como assim?!" Foi um turbilhão de sentimentos: felicidade, orgulho, nervosismo e uma vontade imensa de viver tudo aquilo intensamente.
Quais eram suas expectativas iniciais e como foi o resultado final?
Minhas expectativas eram altíssimas. Eu queria que minha música alcançasse novos públicos e despertasse sentimentos verdadeiros. Quando fui selecionado, foi como se o universo me dissesse: "Vai, Walder! Sua arte merece ser ouvida!"
O resultado final superou tudo o que eu esperava. Trabalhar com Maria Gadú, Pretinho da Serrinha e Plínio Profeta foi surreal. Ver minha música ser lapidada por esses nomes foi emocionante. Mais do que ampliar meu alcance, o projeto reafirmou minha missão como artista: emocionar, conectar e fazer minha voz ecoar.
Como foi o processo de produção e a parceria com Gaby Amarantos?
O time inteiro foi incrível. Desde o início, percebi que não era apenas sobre talento, mas sobre acolhimento e paixão pela música. Cheguei nervoso, mas fui recebido com carinho. Me senti parte da equipe.
A Gaby Amarantos foi muito mais que uma parceira musical. Foi um verdadeiro apoio, uma guia, uma mãezona mesmo. Me deixou à vontade, tirou qualquer peso dos meus ombros. A gravação foi intensa, mas quando cantei, senti que estava exatamente onde devia estar.
Como você enxerga o consumo do tecnobrega atualmente?
O tecnobrega é um estilo de vida no Pará. Está em tudo: nas festas, nos carros, nas aparelhagens. É a trilha da alegria e da resistência. Apesar de estar ganhando espaço no Brasil, ainda falta reconhecimento como patrimônio musical.
Esse projeto ajuda a abrir portas. Mostra que a música da Amazônia é rica, viva e merece ser ouvida. O tecnobrega é potente e tem um universo inteiro a ser descoberto.
O que torna o tecnobrega tão especial para a cultura paraense?
Ele fala nossa língua, traz expressões que só quem é do Pará entende. Tem uma energia que te chama para dançar e viver. É resistência, criatividade, arte que nasce da periferia. Quando um tecnobrega toca, é a cultura paraense ecoando pelo mundo.
Algo mais a acrescentar?
Sou imensamente grato ao projeto. Ele não abre portas só para mim, mas para tantos outros artistas que sonham. Precisamos de mais visibilidade, mais oportunidades. Há uma cena potente fora dos grandes centros esperando para ser descoberta. A música brasileira ainda tem muito para revelar, e a Amazônia é parte essencial dessa história.