O filme As Ondas (Waves, 2019) conta a história de Tyler, um jovem promissor que, diante de frustrações e pressões, perde o controle da própria vida. Criado em um ambiente de exigências extremas, ele nunca aprendeu a lidar com suas emoções de forma saudável. Quando se vê diante de uma lesão que ameaça sua carreira e uma gravidez inesperada no relacionamento, reage com impulsividade e desespero, tomando uma decisão trágica e irreversível.

Esse filme nos faz refletir sobre um tema essencial: inteligência emocional. Afinal, ninguém está isento de passar por conflitos na vida. Mas sem preparo emocional, até alguém com um futuro brilhante pode acabar destruindo tudo por não saber administrar seus sentimentos.

O Papel da Família na Construção da Inteligência Emocional

Desde pequenos, somos ensinados sobre regras, desempenho e responsabilidades, mas muitas vezes deixamos de lado algo fundamental: a educação emocional. Crianças que não aprendem a lidar com frustrações, raiva e medo podem crescer despreparadas para enfrentar desafios.

Quando uma criança está brava ou triste, por exemplo, é importante perguntar como ela se sente e ajudá-la a direcionar essas emoções. Como adultos, somos responsáveis por ensiná-las que, se estão com raiva, não podem bater. Se estão tristes, tudo bem chorar.

A inteligência emocional se desenvolve com o tempo, mas deve ser ensinada desde cedo. Aqui estão algumas formas de incentivar essa habilidade:

Nomeação das emoções: Ensine as crianças a reconhecerem e expressarem seus sentimentos. Perguntar "O que você está sentindo?" ajuda a criar autoconhecimento.

Controle da impulsividade: Pequenas estratégias, como respirar fundo ou contar até 10, são simples e podem evitar conflitos.

Resolução de conflitos pelo diálogo: Ensinar que problemas podem ser resolvidos com palavras em vez de atitudes impulsivas é essencial para a convivência em sociedade. Mentir ou esconder sempre acaba tornando o problema maior do que realmente é.

Autonomia emocional: Nem sempre os pais poderão resolver tudo pelos filhos. Ajudá-los a enfrentar frustrações desde cedo os torna mais resilientes.

Exemplo dos adultos: Crianças aprendem muito mais pelo que observam do que pelo que ouvem. Se você perde o controle facilmente, elas farão o mesmo.

Além do Ensino Escolar

A escola ensina, mas também precisamos ensinar nossos filhos a serem seres humanos respeitosos, que saibam lidar com os problemas da vida e conviver em sociedade. Pessoas com inteligência emocional desenvolvida possuem características essenciais para uma vida equilibrada, como:

Autocontrole – Conseguem agir com calma diante de desafios.

Empatia – Sabem se colocar no lugar do outro e evitam conflitos desnecessários.

Resiliência – Lidam melhor com frustrações e mudanças.

Capacidade de resolver problemas – Buscam soluções sem agir impulsivamente.

Se queremos um futuro melhor, é preciso começar pela base. Ensinar inteligência emocional desde cedo não é um luxo, mas uma necessidade. Só assim formaremos adultos preparados para enfrentar os desafios da vida com equilíbrio e maturidade.

O que você faz hoje para ensinar inteligência emocional às crianças ao seu redor?